Por: Tácito Sgorlon. Associação Médico Espírita de Ribeirão Preto(AMERP)
Por meio de descobertas arqueológicas, descobrimos que os povos da antiguidade, como os egípcios, já realizavam operações complexas, fato que comprova grande desenvolvimento e inteligência desse povo. Este povo fez grandes avanços na medicina graças ao seu sofisticado processo de mumificação de corpos. Os mumificadores, ao abrirem os corpos dos faraós para retirar as entranhas, conseguiam muitas informações sobre a anatomia humana.
Na Idade Média, era comum que o médico procurasse curar praticamente todas as doenças utilizando o recurso da sangria. Este era feito, principalmente, com a utilização de sangue-sugas. Porém, neste período os conhecimentos avançaram pouco.
No período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI ) houve um grande avanço da medicina. Movidos por uma grande vontade de descobrir o funcionamento do corpo humano, médicos buscaram explicar as doenças através de estudos científicos e testes de laboratório.
No século XX, o progresso da medicina acompanhou de perto o desenvolvimento das demais ciências. Podemos afirmar, sem medo de errar, que a medicina evoluiu mais no século XX do que em toda a história da humanidade. Do ponto de vista científico podemos registrar, em um visão retrospectiva, descobertas notáveis que modificaram os destinos da humanidade:
- Imunização preventiva
2. Descoberta dos antibióticos
3. Isolamento e síntese de hormônios e vitaminas.
4. Métodos diagnósticos por imagens
5. Técnicas bioquímicas de alta sensibilidade
6. Fibroendoscopia
7. Engenharia genética
8. Fecundação artificial
9. Cirurgia cardíaca e transplante de órgãos.
10. Psicanálise e psicofarmacologia
Além do progresso científico, houve, igualmente, uma evolução de conceitos a respeito de saúde e doença; saúde já não é apenas ausência de doença, mas um estado de completo bem-estar físico, mental e social, conforme definição da Organização Mundial de Saúde.
As implicações da espiritualidade na saúde vêm sendo estudadas cientificamente. Já foram descritos vários instrumentos para mensuração de bem-estar espiritual 04,05,06,07,08,09,10,11,12. É plenamente reconhecido que a saúde de indivíduos é determinada então ,pela interação de fatores físicos, mentais, sociais e espirituais12. Os profissionais da saúde já contam com indicações científicas do benefício da exploração da espiritualidade na programação terapêutica de virtualmente qualquer doença. Não se trata mais de caridade ou medicina complementar; trata-se agora de ciência e tratamento médico. Trata-se de dar sentido verdadeiro a essa usual frase, citada por Koenig23: “Curar algumas vezes, aliviar freqüentemente, confortar sempre”.
Quanto à origem das enfermidades, podemos classificá-las como sendo provenientes de duas fontes. Numa, a causa do mal reside na alteração da estrutura orgânica, provocada por uma causa física qualquer. Na outra, temos um tipo de enfermidade, onde fluidos espirituais impregnados de baixo magnetismo, atuam no corpo espiritual causando desarmonia no funcionamento do corpo físico. A primeira fonte de enfermidades é objeto de estudo da medicina humana. A segunda, deveria ser preocupação dos estudiosos da ciência espírita, uma vez que a terrena ainda não aceita a existência do mundo invisível
Uma modalidade de tratamento é a cirurgia espiritual sendo relizada por cortes ou sem cortes dos tecidos.De acordo com o artigo “Curas paranormais realizadas por João Teixeira de Farias” ,temos o seu relato: “Os pacientes que receberam a indicação de cirurgia podem optar entre a “cirurgia visível” ( com incisões e objeto dessa pesquisa) e a “cirurgia invisível”, que seria realizada no “corpo espiritual” enquanto os pacientes permanecem deitados em uma sala reservada. O médium afirma não ser necessária a “cirurgia visível”, sendo realizada apenas naqueles que não acreditam na “invisível” e desejam comprovação do tratamento através de cortes2.” Com o estudo do doutrina ,sabemos que o procedimento cirúrgico espiritual não necessita de cortes pois o tratamento é realizado no perispírito do indivíduo,porém não podemos desprezar o efeito placebo que o corte do corpo físico proporciona.
No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada expressão. Paralíticos estendem-lhe membros mirrados, obtendo socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos. Alienados mentais, notadamente obsidiados diversos, recobram equilíbrio.
É importante considerar, porém, que o Grande Benfeitor a todos convida para a valorização das próprias energias.
Reajustando as células enfermas da mulher hemorroíssa, diz-lhe convictamente : – “Filha, tem bom ânimo! A tua fé te curou.” (Mateus 9:22). Logo após, tocando os olhos de dois cegos que lhe recorrem à caridade, exclama: -“Seja feito segundo a vossa fé!” (Mateus 9:29).
Não salienta a confiança por simples ingrediente de natureza mística, mas sim por recurso de ajustamento do princípios mentais, na direção da cura.
E encarecendo o imperativo do pensamento reto para a harmonia do binômio mente-corpo, por várias vezes o vemos impelir os sofredores aliviados à vida nobre, como no caso do paralítico de Betesda, que, devidamente refeito, ao reencontrá-lo no templo, dele ouviu a advertência inesquecível: – “Eis que já estás são. Não peques mais, para que não te suceda coisa pior.” (João 5:14).
A neurofisiologia sugere que o pensamento é um processo contínuo que se expressa na atividade dos neurônios do cérebro. Pode-se depreender que os corpúsculos de Nissl(Retículo Endoplasmático Rugoso), estando diretamente ligados a produção de proteínas, exercem um papel fundamental na fisiologia cerebral. André Luiz, em psicografia de 1958 (Evolução em dois Mundos), destacou a importância dos corpúsculos de Nissl ensinando que aí a mente fixa seus propósitos transmitindo pelo pensamento as idéias que o Espírito projeta no cérebro. A partir das percepções dos sentidos, o Espírito renova suas idéias, projeta na rede de neurônios sua energia que resulta em pensamentos capazes de se adequarem no cérebro, produzindo nossos atos.Portanto, afirmar que o Espírito exerce atuação direta nos corpúsculos de Nissl, como ensinou André Luiz, nos permite supor que é o Espírito que em última análise constrói o tipo de neurônios que estrutura o cérebro de cada um de nós.
Compreendendo-se o envoltório psicossomático por templo da alma, estruturado em bilhões de células a se caracterizarem por atividade incessante, é natural imaginemos cada centro de força e cada órgão por departamento de trabalho, interdependentes entre si, não obstante o caráter autônomo atribuível a cada um.
Semelhantes peças, no entanto, obedecem ao comando mental, sediado no cérebro, que lhes mantém a coesão e o equilíbrio, por intermédio das oscilações inestancáveis do pensamento.
Salientando-se que o sistema hemático do corpo físico representa o conjunto das energias circulantes no corpo espiritual ou psicossoma, energias essas tomadas em princípio pela mente, através da respiração, ao reservatório incomensurável do fluido cósmico, é para ele que nos compete voltar a atenção, no estudo de qualquer processo fluidoterápico de tratamento ou de cura.
A Doutrina Espírita revela que os espíritos, depois de sua desencarnação, ocupam-se, na Espiritualidade, das mesmas atividades que eles desempenhavam em vida. A causa primeira desta preocupação estaria no condicionamento imposto ao Espírito pela sua experiência na matéria. Depois, pela sua própria vontade em servir dentro do campo de seus conhecimentos
No livro “Evolução em Dois Mundos”, página 213, há uma questão ventilada por André Luiz, cujo teor fala da Medicina no Mundo dos Espíritos.
Pergunta – Quais os principais métodos usados na Espiritualidade para o tratamento das lesões do corpo espiritual?
Resposta: Na Espiritualidade, os servidores da medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares. Aí os exames nos tecidos psicossomáticos com aparelhos de precisão, correspondendo às inspeções instrumentais e laboratoriais em voga na Terra, podem ser enriquecidos com a ficha cármica do paciente, a qual determina quanto à reversibilidade ou irreversibilidade da moléstia, antes da nova reencarnação, motivo por que numerosos doentes são tratáveis, mas somente curáveis mediante longas ou curtas internações no campo físico, a fim de que as causas profundas do mal sejam extirpadas da mente pelo contato direto com as lutas em que se configuram”.
O mecanismo da cura não é difícil de ser compreendido, pois é conhecido de todos. Nas enfermidades localizadas no corpo carnal, o processo terapêutico convencional, através de medicação, procura substituir as moléculas desorganizadas, enfermiças, por outras saudáveis. Isto se faz com o uso da química farmacêutica e, em alguns casos, pela conduta cirúrgica.
Nas doenças provenientes do corpo espiritual o processo curativo é exatamente o mesmo, só que realizado por médicos desencarnados. Livres da matéria, os Espíritos podem se encarregar desta tarefa com precisão, pois a tudo penetram com facilidade. Neste último caso, as moléculas substituídas são as do perispírito, causando consequências diretas na organização física. A este processo chamamos “operação espiritual”.
Os Espíritos Superiores, ligados à área da medicina, realizam as atividades curativas, tendo em vista o alívio do sofrimento dos enfermos que buscam conforto nas casas de caridade.
“A mediunidade curadora não vem suplantar a medicina e os médicos; vem simplesmente provar que há coisas que eles não sabem e os convidar para estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram; que o elemento espiritual que eles desconhecem, não é uma quimera, e que, quando o levarem em conta, abrirão novos horizontes à ciência e terão mais êxitos do que agora” (Allan Kardec, Revista Espírita, novembro de 1866).
A medicina humana será muito diferente no futuro, quando a Ciência puder compreender a extensão e complexidade dos fatores mentais no campo das moléstias do corpo físico.
- Muito raramente não se encontram as afecções diretamente relacionadas com o psiquismo.
É necessário delinear os limites do exercício profissional, já que o médico não vai executar as tarefas de um sacerdote. O médico deve, entretanto, também ser educado para entender os assuntos espiritualistas no ambiente clínico. As expressões de espiritualidade do paciente devem ser triadas e respeitadas pelos médicos, para maximizar a eficácia terapêutica quando a espiritualidade do paciente for um fator de vida crucial1.
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3-MECANISMOS DA MEDIUNIDADE, Cap. XXVI, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)
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Artigo:Operações Espirituais: como acontecem? Autor: José Queid Tufaile Huaixan
CIRURGIAS E CURAS MEDIÚNICAS Enrique Baldovino matéria foi veiculada no jornal “A Gazeta do Iguaçu”, de julho/97
Artigo – História da Medicina
Artigo -Espiritualidade baseada em evidências-Marcelo Saad-Danilo Masiero-Linamara Rizzo Battistella
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Artigo :DA OBRA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER/Leon Denis – Realização DO Instituto André Luiz
Cirurgia espiritual: uma investigação A.M. DE ALMEIDA ,T.M. DE ALMEIDA , A.M. GOLLNER Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP; Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG
Allan Kardec, Revista Espírita de 1866.
Livro:Evolução em Dois Mundos”, página 213 – Obra Chico Xavier